O que podemos esperar dos consumidores nos próximos anos?

A pandemia causou várias mudanças nos últimos dois anos, reverberando em novos sentimentos e comportamentos do consumidor e até antecipando tendências que estavam previstas para se desenvolverem ao longo da próxima década. Saindo de um longo período de incertezas e mudanças radicais em seus estilos de vida, consumidores agora estão retomando as rédeas e trilhando um caminho baseado em suas paixões e valores. A Euromonitor International realizou um estudo global sobre o impacto dos últimos anos no comportamento do consumidor para nos ajudar a entender o que as empresas e marcas podem fazer para engajar esses consumidores. Confira 10 tendências globais de consumo levantadas pela Euromonitor International que devem se consolidar nos próximos anos:

Substituidores

Interrupções na cadeia de suprimentos levam às próximas melhores opções

Confrontados com desafios para garantir seus produtos e serviços "usuais ou desejados" , os substituidores buscam maneiras de obter produtos semelhantes ou encontrar soluções criativas para obter produtos alternativos. Esses consumidores estão revertendo suas compras para a próxima melhor opção, buscando alternativas e em alguns casos, atrasando ou mudando seus hábitos de compra. Com a escassez da cadeia de suprimento, empresas precisam oferecer novas soluções para seus clientes conseguirem obter esses produtos e serviços, como: oferecer produtos alugados ou recondicionados, oferecer a opção de pagar mais caro para ter prioridade nos produtos e/ou implementar estratégias direct-to-consumer e serviços de assinatura, facilitando a venda direta ao consumidor.

Ativistas

Economia de baixo carbono

De acordo com a Euromonitor International, em 2021 "67% dos consumidores tentaram causar um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas" . Aparentemente, esse comportamento de ativismo verde veio para ficar. Consumidores ativistas, compostos pela maioria de Millenials e Geração Z, sentem que podem fazer diferença através de suas escolhas, por isso estão fazendo escolhas mais sustentáveis enquanto exigem ação e transparência das marcas. Para conquistar esses consumidores, as empresas precisam se comprometer a reduzir sua pegada de carbono e alinhar suas ofertas com essas expectativas.

Idosos Digitais

Da resistencia a resiliência

A pandemia ampliou a mente dos consumidores mais velhos para os benefícios do mundo digital. Enquanto os idosos digitais se sentem mais confortáveis no mundo digital, ainda valorizam as interações humanas no relacionamento com as marcas. Para atender esses consumidores, empresas devem desenvolver uma tecnologia fácil de usar, simples e direta ou simplificar tecnologias existentes, combinando com comunicação frente a frente.

Aficionados Financeiros

Gerenciamento monetário democratizado

A Covid-19 trouxe volatilidade ao mercado de trabalho e arriscou a segurança financeira de muita gente. Essa incerteza e instabilidade fez com que certos consumidores gastassem menos e economizassem mais, recorrendo a aplicativos para assumirem controle do seu dinheiro, rastrear transações e realizar investimentos para fortalecer sua segurança financeira. O estudo aponta que em 2022, aplicativos de gerenciamento de dinheiro, educacionais e simples, podem se beneficiar. Além disso, varejistas e marcas devem colaborar com empresas de serviços financeiros para facilitar formas alternativas de pagamento, como “compre agora e pague depois” ou até criptomoedas.

A Grande Renovação da Vida

Paixão e propósito impulsionam a ação

A pandemia fez com que os consumidores fizessem mudanças pessoais drásticas e reavaliassem seus valores, estilos de vida e objetivos. Marcas têm a oportunidade de inovar em bens, serviços e experiências que respondem a esse momento único, junto a um marketing que reconheça e abrace essa revolução. As empresas precisam oferecer políticas e produtos que agreguem valor e apoiem o crescimento pessoal de seus clientes para impulsionar a lealdade.

Movimento Metaverso

Mudança para o mundo digital

O mundo digital tem evoluído de hangouts virtuais para realidades 3D imersivas e consumidores estão adotando esses espaços digitais para socializar e participar de comunidades. De acordo com o estudo da Euromonitor International, “de 2017 a 2021, as vendas de aparelhos de AR/VR cresceram 56% globalmente.” A previsão é de que o tempo dos consumidores no mundo digital só cresça, especialmente com o metaverso. Com isso, empresas devem reconhecer seu papel nesse universo para aumentar o reconhecimento da marca e gerar receita.

A Busca pelo Reuso

Produtos de segunda mão, re-commerce, peer-to-peer marketplace

Economizar já é tendência. O estudo aponta que em 2021, “33% dos consumidores globais compraram itens usados ou de segunda mão com intervalos de poucos meses”. Ao mesmo tempo, os consumidores também estão mais preocupados com sustentabilidade. Empresas precisam aprender a fazer mais com menos, investindo em iniciativas de economia circular, como reciclagem, programas de aluguel ou revenda, assim agregando valor a sua marca e ao mesmo tempo impactando positivamente o meio ambiente.

Urbanos Rurais

O melhor dos dois mundos

Por conta da pandemia e a necessidade do trabalho remoto, a demanda por lugares mais tranquilos, espaçosos, seguros e verdes para morar cresceu nos últimos anos. Em 2021, a plataforma de insights Think with Google reportou que houve um aumento anual de 80% “no interesse de busca por ‘hotel fazenda no interior’ no Brasil”. Agora, esse movimento está se tornando permanente, mas ao mesmo tempo nem todos os consumidores estão dispostos a abrir mão completamente da vida urbana. Enquanto isso, moradores das cidades grandes também buscam os benefícios que a vida nas áreas rurais pode trazer. Com isso, independentemente da localização, marcas e empresas precisam ajustar suas estratégias para reter clientes – expandindo lojas e serviços físicos, ao mesmo tempo em que investe no comércio eletrônico.

Em Busca do Amor-próprio

Individualidade e autenticidade impulsionam a felicidade

No meio de tantas incertezas nos últimos anos, consumidores começaram a focar no seu crescimento e aceitação pessoal e enquanto as coisas ainda estão voltando ao “normal”, continuam buscando amor e segurança. Quem busca o amor-próprio, investe em cuidar do seu corpo e mente, começando nos produtos que usam. Estão dispostos a gastar com produtos e experiências que se encaixam nesse novo estilo de vida, seja com produtos naturais a coisas de luxo. Empresas precisam apoiar os consumidores nessa sua jornada e entender suas prioridades para guiar a inovação. Oferecer produtos e serviços personalizados, que se alinham com suas motivações e identidades e ajudam os consumidores a se sentirem satisfeitos, positivos e autoconfiante melhorará a percepção da marca.

O Paradoxo da Socialização

O dilema ao retorno da vida pré-pandemia

Consumidores buscam a volta da vida pré pandemia de maneiras diferentes – alguns estão ansiosos, enquanto outros ainda hesitam em retomar suas atividades normais. Assim nasce o Paradoxo da Socialização. A pesquisa levantada pela Think with Google, mostra que em 2021 já houve um aumento considerável nos deslocamentos de casa para varejo em geral de 22,4%, comparado com o ano anterior. Para ter sucesso, empresas precisam se atentar a esses níveis de conforto flutuantes, por isso desenvolver uma abordagem combinada para atender essa nova forma de consumo é crucial. Empresas devem fornecer soluções integradas e várias opções em todos os canais sem sacrificar a experiência do consumidor.

Com essas 10 tendências, já percebemos que modelos de negócios tradicionais e redes de logísticas estão sendo desafiados.

Entender as novas tendências de consumo é só o começo para prosperar nesse novo período pós-pandêmico.  É importante entender o seu consumidor e Estudos de Shopper Insights podem ajudar a compreender o que move o seu cliente.

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Fontes

Top 10 Global Consumer Trends 2022 – Euromonitor International (Jan 2022)

O que é varejo híbrido e como embarcar nessa tendência? – Livia Ferreira, Nuvemshop (Maio 2022)

Personalizing the customer experience: Driving differentiation in retail – Mckinsey (Abril 2020)

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